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Assobia-lhe às botas...




Quando pensávamos que voltariam os certinhos, arranjadinhos e pontuais para nos salvar, eis que a mais absoluta falta de estratégia e criatividade nos enterrou ainda mais.

Quando deixaremos esta necessidade inconsciente de papá!? E que tal escolher outro papá que não aquele que vive de contas de somar aos mesmos e subtrair aos de sempre?

O mundo de hoje é cada vez mais dinâmico. Quem se encolhe definha, atrofia, morre. Uma política virada para o saldar de dívidas a tempo e horas é um bom princípio, se não puser em causa a galinha e os respectivos ovos. Todos já o sabem, então porque esta insistência?

É simples... porque não há ideias, não há estratégia, nem sequer competência de acertar nas próprias previsões, coisa que até um merceeiro amador consegue com pouco esforço.

Como chegamos aqui? Para além da evidente peste emocional que nos assola, os baixíssimos índices de literacia, cidadania, ou do mais elementar alfabetismo funcional (todos sabem ler letras, sem perceber, sem relacionar, sem debater conceitos, ideias, políticas), o que nos falta!? Falta precisamente assumir que o anteriormente mencionado é um problema estrutural da sociedade portuguesa.

Este permanente deficit de autoconfiança lusa, leva a que aceitemos tudo mesmo que soltemos alguns latidos de protesto, isso também já todos sabemos, a novidade é que em 2013 uma nova geração já está contaminada, carne para canhão de algum Belmiro de serviço.

Podemos então pular, saltar, espumar, exigindo que este ou aqueloutro se demita, esperando que haja uma troca de protagonistas na habitual foto de família que nos lixa. No entanto nada, mas mesmo nada mudará neste país enquanto as ideias, em vez se esgrimidas, forem analisadas, as propostas, em vez de escarnecidas e sumariamente recusadas, forem experimentadas, assumindo que tudo é possível no final, mesmo o fracasso.

Não podemos é continuar a viver no cinismo, no desaperta/aperta, no desenrasque à vista. Vivemos pois uma oportunidade histórica de corrigir uma mentalidade que leva a práticas que não funcionam.

Somos conservadores. O português típico abomina a mudança, tem medo de tudo que seja novo que aparente ser mais perigoso para a sua pasmaceira mental que um telemóvel de última geração, o LCD de dois metros, ou o último reality show.

Habituámo-nos a discutir tudo pela rama, encontrando culpados fora de nós próprios numa interminável fuga para a frente que nos levou até aqui, e que continuará a levar até mil e uns "até aquis", porque não temos coragem para assumir o que somos, nem coragem para inventar o que não somos.

Presos entre duas margens somos levados pela corrente... indefinidamente, aleatoriamente, fatalmente despidos da capacidade de nos conduzirmos como indivíduos ou como povo.

© Manuel Tavares 19-03-2013

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